Em uma das entrevistas para seleção de pessoal que realizei aqui na Portão 3 fui surpreendida por um candidato que me questionou sobre como a empresa está lidando com a situação desfavorável do mercado atual, o que está levando muitas startups a adotar o layoff, ou seja, a suspensão temporária do contrato de trabalho devido a problemas financeiros ou à redução da demanda de trabalho.
Diante de um período de crise econômica, é natural que muitas empresas busquem adotar medidas que não comprometam a operacionalização do negócio, mas que possam mantê-las “respirando” financeiramente, evitando, assim, impactos maiores em suas atividades, entre eles a elevação no custo com indenizações por demissões e a perda dos investimentos em mão de obra qualificada.
Na Portão 3, uma das startups que mais crescem em Minas Gerais, as perspectivas são altamente positivas: nossa demanda está em alta e a meta é aumentar nosso time em quatro vezes este ano, por isso estou participando ativamente dos processos de contratação. Mesmo assim, a pergunta desse candidato me forçou a refletir. Entendi a importância desse tema para o momento atual e decidi compartilhar com ele algumas das práticas que temos para ter um crescimento sustentável:
Somos muito estratégicos com as posições que abrimos para o mercado, desde o dia zero da companhia. Sempre pensamos no que a posição agrega no presente e a importância dela para o futuro. Assim como somos estratégicos com o perfil da pessoa a ocupar essa posição e suas experiências e expertises.
Essa é uma dica que levamos ao pé da letra por aqui. Absorvemos essa dica do livro: ‘O lado difícil das situações difíceis’, de Ben Horowitz, um dos empreendedores mais respeitados e experientes do Vale do Silício. Entender a função, os desafios, mesmo que de forma superficial antes de contratar, faz com que a contratação seja mais pontual e estratégica.
Ao escalar a empresa com novas posições é preciso preparar um plano estratégico. Todas as pessoas possuem um período de rampagem e amadurecimento dentro da empresa e contratar sem estratégia, sem fasear e sem entender o que o time recém-contratado pode entregar, incorre em menos visibilidade para a empresa em relação ao seu futuro e, possivelmente, em contratações desnecessárias.
Escalar não significa necessariamente contratar. Muitas vezes escalar é conseguir o melhor com o time que se tem e otimizar ao máximo com as melhores ferramentas de mercado. E isso é uma arte que a Portão 3 domina! Otimização inteligente faz parte do nosso DNA. Além de buscarmos o melhor de cada pessoa que trabalha conosco. Essa estratégia se reflete nos nossos números: são mais de 600 empresas cadastradas com a gente e atualmente contamos com 30 colaboradores.
Como qualquer negócio, em especial no segmento de tecnologia e inovação, o objetivo é continuar crescendo e se tornar uma potência. Para tanto, é preciso trabalhar com diretrizes muito claras em todas as áreas da empresa, incluindo, obviamente, o RH. No caso da Portão 3, vivemos um momento muito feliz de crescimento e escala, mas isso não significa que podemos deixar de lado as perspectivas de longo prazo. Na verdade, hoje, mais do que nunca, é o momento para isso. Assim, acreditamos ser necessário aproveitar o estímulo para crescer de forma sustentável.
* Bianca Pereira é co-fundadora da Portão 3, fintech que une gestão de pagamentos para grandes empresas e indústria e promove através da tecnologia liberdade para o colaborador que faz atividades externas, sejam elas visitas a clientes, deslocamento entre filiais, franquias e escritórios ou qualquer outro tipo de logística.
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