Depois de longos meses marcados pela pandemia causada pelo surto de contágio da Covid-19, finalmente voltamos a ter boas notícias no setor do turismo e este mercado já apresenta sinais mais evidentes de recuperação.
No entanto, essa recuperação ainda vem acompanhada de uma série de limitações e cuidados convenientes que evitam novas ondas ou até mesmo impedem que novas variantes nos levem de volta a uma realidade de medo e tristeza.
É especialmente importante seguir todos os protocolos sanitários à risca quando se faz uma viagem corporativa, já que a pandemia causou uma devastação extrema e inédita no turismo corporativo, provocando uma queda de aproximadamente 90% das viagens a trabalho.
Confira em números!
De acordo com a consultoria PwC, se formos pesquisar números sobre a queda de viagens corporativas em eventos isolados da história mundial, vamos encontrar um declínio de 8% em 2008 (quando ocorreu a grande depressão econômica) e de 11% em 2001 (ano que ocorreu o atentado em Nova York, no dia 11 de setembro). Ou seja, não chega nem aos pés do que perdemos com a mais recente preocupação global.
Um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp) revela que ainda temos um desempenho 64% menor do que em 2019, último ano pré-covid.
Felizmente estamos caminhando para resultados mais satisfatórios gradativamente - já que em 2020 esse número chegava a ser 256% menor.
Ou seja, a covid causou uma revolução no setor de turismo de negócios, que ficou parado por muito tempo e, depois de muito esforço, está voltando a ser movimentado - só que com restrições.
Ainda que os compromissos que motivam o turismo corporativo tenham sido resolvidos pelo mundo virtual devido a recomendação de isolamento social, nem sempre o contato presencial deixa de ser uma necessidade, até porque o home office também tem seus defeitos.
Pelo lado econômico, muita coisa vai mudar daqui pra frente.
A forma como os donos de empresas enxergam a viagem pode não ser favorável à retomada dessa operação. Mesmo assim, menosprezar o poder das viagens corporativas é algo muito extremista.
Percebemos, então, que os desafios do período pós-pandemia para o turismo de negócios é competir com as vantagens do home office e seguir todas as normas restritivas para entrar em outros países.
Entre todos os fatores que contribuíram significativamente para o cenário que encontramos hoje, podemos destacar a junção da pandemia com a rápida expansão das startups e o estilo de vida dos profissionais que trabalham exclusivamente pela internet e podem morar em qualquer lugar do mundo (também conhecidos como “nômades digitais”).
Se você não tem uma startup e nem é um nômade digital, qual é a saída? Aprender com eles e se adaptar ao meio!
O novo viajante de negócios precisa organizar viagens com mais calma, considerando o custo-benefício como base principal para realizá-la, além de priorizar viagens que te façam passar períodos mais longos no destino - de maneira que seja possível aprofundar seu networking e explorar mais possibilidades de negócio ao invés de compromissos que preenchem um roteiro de um ou dois dias.
É como se fosse preciso combinar negócios com experiências, fazendo com que as viagens sejam vantajosas e lucrativas para as empresas e movimentem o mercado de turismo corporativo.
Até o ano de 2019, as viagens corporativas costumavam seguir um roteiro menos planejado e mais engessado.
Um exemplo disso é a forma com que costumavam comprar passagens aéreas. Normalmente eram feitas sem nenhum planejamento e em cima hora - o que contribuía com margens de lucro extremamente altas para as companhias aéreas.
Esses bilhetes chegavam a custar de cinco a dez vezes mais do que custariam se fossem comprados com antecedência.
Hoje, o ideal para viagens internacionais é contar com as viagens corporativas low cost - principalmente para trechos mais curtos. Isso nada mais é do que optar por companhias aéreas de baixo custo.
Ao analisar todo esse contexto, podemos concluir que o turismo de negócios não morreu! Porém, está passando por uma grande transformação (assim como a maioria dos outros mercados).
E tem mais! Segundo a PwC, as pessoas que viajavam a negócios chegavam a representar 12% do total de passageiros transportados (o que corresponde a mais da metade das receitas de algumas empresas).
Observando os dados do Ministério do Turismo, os negócios foram responsáveis por muitas viagens feitas ao Brasil em 2018 - sendo o 2º principal motivo da vinda de estrangeiros.
No ano seguinte (2019), a receita gerada por visitantes estrangeiros com propósitos executivos foi 33% maior do que a receita recebida por visitantes que estiveram em terras brasileiras a lazer.
Esse cenário costumava ser constante e estável porque o turismo de negócios não era dependente das altas temporadas. Portanto, o setor operava com margens mais altas de lucro o ano inteiro.
Tudo mudou porque além de não se interessarem por passagens aéreas mais caras, os gestores de empresas ainda teriam outros gastos relacionados a viagem (como classe executiva nos voos, adquirir recursos que dão direito a salas VIP em aeroportos, transportes para a locomoção, alimentação e hospedagem).
É possível notar que, mesmo se o turismo de negócios dos moldes atuais não voltar a atingir as mais altas marcas do patamar de 2019, ainda existe muito espaço para ser explorado em sua recuperação.
Por ser um dos principais destinos de viagens de executivos brasileiros, a liberação da entrada de estrangeiros vacinados nos Estados Unidos é um primeiro passo.
Outra questão que aumenta o número das possibilidades de investimento no setor é a realização de eventos corporativos no formato presencial ou híbrido.
Sendo assim, quando te perguntarem se turismo de eventos e compromissos de trabalho deixou de ser necessário, a sua resposta deve ser: as viagens corporativas devem demorar mais algum tempo para se recuperar totalmente, no entanto, todas as empresas têm chances reais de voltar com uma estratégia que implique em ganhos para todos os lados.
Isso ficará cada vez mais forte em qualquer segmento se for adaptado aos moldes necessários de proteção à saúde e segurança.
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